Por favor, paciência e compreensão

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Imaginem vocês, pais e responsáveis, vivendo os tempos idos entre 1939 a 1945. Tempos de guerra. Tempos aqueles em que professores, escritores, intelectuais eram coisificados e massacrados pelo regime nazista. Tempos no qual se separavam as famílias que, posteriormente, tomavam rumos cruéis. Tempos que caiam bombas sobre os telhados; paredes externas metralhadas; miséria; fome; constantes barulhos de tiros e torpedos. Incertezas sobre a vida, sobre os negócios e, principalmente, os rumos que tomariam a educação naqueles tempos sombrios.
Na Polônia, durante a ocupação nazista, a educação foi proibida, e quem insistisse era punido com a morte. Heinrich Himmler, um dos principais líderes do Partido Nazista escreveu: “Para a população não alemã do Oriente não pode haver nenhum tipo de escola acima das escolas do quarto grau rudimentar. O trabalho destas escolas deve limitar-se ao ensino da contagem (não superior a até 500), a escrita de um nome, e ensinar que os mandamentos de Deus significam obediência aos alemães, a indústria, honestidade e polidez. Leitura não considero essencial.”
Estamos vivendo uma guerra que não se vê bombas caindo sobre o telhado de nossas casas, não ouvimos barulhos de torpedos e de tiros. Ao contrário do que aconteceu na Segunda Grande Guerra, estamos próximos dos nossos filhos e confinados no conforto de nossas casas sem nos preocupar se soldados invadirão os nossos lares. Nosso inimigo é silencioso e mortal.
Não culpe os professores se vocês estão trabalhando arduamente na educação dos filhos. Nos idos de 1939, muitos pais fariam este mesmo trabalho sem se preocuparem com a questão tempo e suas finanças. Na época, professores ensinavam clandestinamente para dar continuidade na educação da Polônia. Arriscavam a própria vida nos campos de concentração pelo simples fato de praticar a docência.
Estamos aqui: num país livre para ensinar, educar e fazer com que a educação não seja prejudicada. Nós, os professores, sabemos que tudo isso passará e sabemos da importância em dar continuidade no nosso trabalho. Porém, precisamos, nesta guerra invisível e silenciosa, que vocês tenham a paciência necessária. Não nos martirizem, porque não somos os culpados. Sofremos com as incertezas. Não sabemos se o ensino está causando seus efeitos nestas aulas virtuais. A qualidade e o êxito se comprovarão se vocês estiverem, realmente, acompanhando os filhos neste tempo que pegou todos de surpresa. Não pensem que acompanhar o filho nas aulas é o fim do mundo. Este fim, quase se deu com as atrocidades da guerra. Elas, as guerras, sempre existiram. Talvez seja um momento único de valorizar quem e o quê amamos.
Em algum canto deste mundo, infelizmente, há pais lutando pela vida de um filho, quando, na verdade, queriam estar sentados ao lado dele para acompanhá-lo no seu processo educacional.

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