“Eu hoje estou com saudade,
não ao certo de quê…”
Saudade de algo raro e precioso
que ficou lá para trás,
lá onde as coisas giram
num sentido diferente.
Saudade do que se foi.
Saudade do perfume do manacá
que cheirava diferente.
Saudade da estrela feita de buchinho
no jardim
e que hoje não mais existe.
Saudade do coreto
da banda
dos besouros que grudavam
nas casacas dos músicos.
Saudade das pessoas alegres,
da gente conhecida,
das caras amigas.
Saudade da terra que era minha
nos mínimos detalhes
e que agora é estranha
nos mesmos mínimos detalhes.
Saudade dos sonhos incríveis.
Saudade boba
de uma menina sonhadora,
que só sabia ficar fingindo
de gente grande.
Saudade , sei lá ,
talvez “de ouvir a voz de você…”