Antonia Florentino Braz nasceu em 14/08/1924, em Taiaçú. Filha de Francisco Luiz Florentino e Maria Candido de Oliveira Florentino. Casou-se com Alcides Braz (o famoso cozinheiro Taiaçú) no dia 12/04/1943 e da união nasceram os filhos Servilho (in memorian), Benedito, Cidinho e Terezinha. Tem 12 netos, 21 bisnetos e cinco tataranetos. Tem quatro irmãos: Benedito, Aparecido, Francisca (falecidos) e Luiza. Iniciou os estudos na Fazenda Ponte Alta, em Vista Alegre.
“Meu primeiro emprego foi em uma fazenda, onde meus pais eram caseiros. Quando meu pai morreu eu fiquei na fazenda, e com minha patroa aprendi fazer tudo. Quando mudei para Vista Alegre trabalhei como doméstica na casa do sr. Irineu Julião e da dona Cecília, eles eram pessoas muito boas, a família me dava muito carinho. Em seguida, fui trabalhar para o sr. Calil e dona Odila, pais do saudoso Zinho da Farmácia. Eu ajudei criar alguns dos seus filhos, principalmente o Tito a Tutuia, o Zinho e a Maria Aparecida. Lembro-me que quando eram pequeninhos eu dava banho neles juntos em uma bacia enorme e o Zinho era o mais sapeca, jogava água em mim. Quando terminava o banho eu estava toda encharcada”.
O famoso Frango Assado do Taiaçu – “Meu marido que era conhecido como ‘Taiaçu’, trabalhou na Festa de Agosto junto com os leiloeiros Sudano, ‘Landinho’e com o João Moreira. Na época do Sudano, em que a festa era na praça da Matriz, quando acabava o frango durante o leilão, ele chamava o Taiaçu pelo rádio amador e dizia: ‘Taiaçu traz frango aqui, porque acabou’. Meu marido, então, enchia uma caixa com os frangos, saía da cozinha e atravessava toda a festa com a caixa na cabeça para levar para o Sudano. Nosso frango assado sempre foi elogiado por todos. Eram frangos geralmente doados por sitiantes. O segredo era que, além de matar o frango, limpávamos um por um e depois colocávamos numa bacia com água para depois temperar. Nós assávamos até o fim da tarde, depois embalávamos pra colocar em caixas de isopor para a festa durante a noite. Houve muitas pessoas que trabalharam com o Taiaçu e deram continuidade, entre eles o Antonio Lopes, Domingos Colatrela, Mirão, Louro e outros…”
A amizade com as duplas sertanejas – “Era muito comum as duplas sertanejas da época, quando se apresentavam nas festas e nos circos, virem almoçar em nossa casa ou então davam uma passadinha antes das apresentações”. Dona Antonia também cita a amizade que tinha com os advogados que vinham de São José do Rio Preto só para comerem o frango do Taiaçu.
Duplas Famosas – Entre as duplas famosas que se apresentavam nos anos 60/70 em Monte Alto, D. Antonia faz questão de frisar que entre eles vieram Mococa e Moraci, Belmonte e Amaraí, Pedro Bento e Zé da Estrada, Lourenço e Lorival, as Irmãs Galvão, entre outras. “Um episódio que me marcou, Alencar, foi quando a dupla Tião Carreiro e Pardinho veio em casa para comer, e o Pardinho estava com muita dor no dente. Naquele dia eles iam se apresentar na Festa da Aparecida e ele gemia de dor. Então eu peguei um remédio que tinha, banhei um algodão no medicamento e coloquei sob o dente dele, a dor passou e ele foi fazer o show. O Tião Carreiro era muito bonzinho. Um dia ele pegou a viola e começou a tocar uma música para mim”. Dona Antonia teve dificuldade para lembrar o nome da música, porém, foi ajudada pelo seu neto Paulinho que disse: “Vó, era Amargurado. Eu sei, porque meu avô sempre contava esta história. Só lembrando que a música Amargurado da dupla Tião Carreiro e Pardinho fez muito sucesso no ano de 1972”.
Causo engraçado – “Lembro-me quando a Festa de Agosto era próxima à escola Dr. Luiz Zacharias de Lima. Minha avó morava no sítio e um dia veio para a festa e trouxe junto minha tia chamada Carubina, que na época tinha 10 anos de idade. Ela morria de medo de rojão. Uma vez quando os fogos de artifícios tomaram conta do espaço, ela começou a tremer tanto que chegou a desmaiar… (risos)”.
Lembrança de vida – A história do chão da residência – “Minha mãe passava barro e até cinzas para deixar o chão de casa todo bonito. Quando o ‘Taiaçu’ ia em minha casa para gente namorar, ele chegava de chuteira, pois naquele tempo ele não tinha outro tipo de calçado. Então minha mãe ficava furiosa, porque onde ele pisava deixava os buracos da chuteira no chão… ela ficava muito nervosa (risos)”.
O atleta do Atlético de Jaboticabal – Dona Antonia registrou também sua passagem por Jaboticabal, quando Taiaçu, seu marido, jogava no J.A. e era conhecido como ‘Fogosa’. Perguntada o motivo, ela explicou que era porque ele jogava muito bem.
Mensagem – “Que os jovens façam tudo corretamente. Sempre com determinação, profissionalismo e coragem. Por exemplo, também sou cozinheira e sempre procurei fazer tudo com muita limpeza em meu dia a dia”.