Recentemente, uma professora de uma instituição educacional americana deu a um aluno, que era autista, o troféu de criança mais irritante da escola. Enquanto outros recebiam premiações visando suas qualidades em sala de aula, aquela foi totalmente exposta a uma situação ridícula perante todos os presentes. Qual seria o troféu que poderíamos dar a esta profissional? Nem sei se isto caberia neste texto com certas limitações de palavras e pensamentos.
A única coisa que diríamos nesta determinada situação é que ela realmente está exercendo a profissão errada. Creio que a docente desconhece o termo inclusão e que toda criança tem as suas limitações cognitivas e de aprendizado. Embora o aluno não tenha entendido o porquê da premiação, o constrangimento atingiu a plateia de uma forma geral. É preciso que esta professora reveja os seus conceitos sobre educação, ética e principalmente inclusão. A irritabilidade do aluno não era do seu feitio, mas sim do seu intelecto. Se ela estava incomodada com o comportamento em questão, bastava apenas conhecer, estudar e ler como é o comportamento de uma criança autista. Se ela fosse provida de tal sapiência, poderia, talvez, premiá-lo como o aluno mais inteligente da escola. Crianças especiais escondem suas magias. Porém, estas precisam ser desvendadas pelo profissional.
A observação, o trabalho em conjunto com a família e o conhecimento sobre o assunto mudaria radicalmente a vida deste individuo. É preciso uma atenção dobrada, redobrada e se possível “tridobrada”. Há aqueles que culpam a falta de tempo para exercer a função especial. E quem disse que professor tem tempo para isso? Não é o tempo que vai nos atrapalhar, mas sim a falta de empenho, de amor e da importância que daremos ao assunto. Se vamos deixar de lado os problemas que nos deparamos em sala de aula, não temos o porquê de estar ali dentro. Estamos envolto de um local onde há uma concentração de problemas que se não os ingerirmos, analisá-los e, posteriormente, regurgitar a possível solução, não mereceremos o título de professor.
Educar é fácil para quem aprende fácil; o difícil do educar é quando nos deparamos com aqueles que necessitam de atenção especial para que haja educação. É por isso que ser professor é desafiador. Se não fosse desafiador, de que serviria a docência? Para aqueles que entendem o papel do que é ser um educador, deixo aqui o meu troféu; para aqueles, como a professora citada acima, deixo os meus pesares, pois num mundo “deseducado” quem educa sempre será um troféu de grandes conquistas na vida de alguém.