DESMUNICIPALIZAÇÃO
Ninguém no poder no Brasil, fora dele ou que pretende assumi-lo, quer mudança política no país. As reformas são apenas desvio de foco para a opinião pública não exercer seu poder de cobrança ou de exigir mudanças reais e profundas na estrutura do Estado. A reforma da previdência proposta pelo executivo será aprovada pelo Congresso, que diante das necessidades reais do setor será um mero curativo em um tumor que precisa de uma intervenção cirúrgica complexa.
O país, se tivesse política patriótica, através da Federação eliminaria o festival de municípios encravados em solo pátrio. Entre prefeitos e vices, vereadores, secretários e diretores municipais, o Brasil emprega cerca de 130 mil pessoas pagas regiamente quando na ativa e inativos. A solução seria criar os macromunicípios, uma unificação de cidades regionais com apenas um prefeito e um vice, com o legislativo composto de dois vereadores por cidades e um grupo de secretários nomeados em comum acordo entre prefeito e corpo de notáveis da região.
Um exemplo: Monte Alto, Jaboticabal, Vista Alegre do Alto, Pirangi, Taquaritinga, Taiaçu e Taiúva formariam um macromunicípio com representantes nas casas legislativas proporcional à população.
A desmunicipalização substituída pela macromunicipidade mudaria completamente a cultura centenária do nosso nacional, que não tem consciência do que é o verdadeiro conceito de cidadania, o nosso munícipe avalia que a cidade lhe pertence e não que é ele é subalterno do município. Uma “reforma” de tal monta seria uma verdadeira revolução cultural, que o Brasil jamais teve, e que se esperarmos que os políticos a façam, jamais a teremos. Está na hora do povo que habita a América brasileira assumir que é sul-americano, porque o adjetivo pátrio americano foi usurpado pelos ianques desde o século XVIII, na independência das treze colônias, negociada a peso de ouro com os ingleses. O Brasil, a América, foram vendidos e deram nossas cidades como garantia de pagamento. A grande piada nacional é a autonomia municipal.
Não precisamos de ninguém – precisamos de nós mesmos!
TURBINA
Existe no sistema aéreo nacional uma coisa chamada MILHAS que os passageiros recebem como bônus quando viajam de avião. Os nossos representantes republicanos dos três poderes viajam pelo sistema, com passagens pagas pelos seus respectivos órgãos de atuação. Eles recebem milhas? Se recebem para quem elas vão? (Esta coluna nunca viu na mídia ou onde quer que seja qualquer referência a isso).
IDEOLOGIA
Não se vê no Brasil nenhuma referência ideológica sobre gestão política. Nas nossas casas legislativas temos bancadas do tipo evangélica, rural, católica, empresarial e outras semelhantes. Na Câmara Federal funciona um tal de Centrão, que os próprios integrantes não sabem o que é e faz. Não há linha filosófica entre os deputados, pelo menos antigamente existiam os comunistas, os liberais, os conservadores, enfim, uma identidade, se não agiam em atos, o faziam com ideias. Um deputado disse que era bolsonarista. (Sem comentários – viva a ideologia).
FORMAL
Diz a boa educação e a ética que as pessoas devem se cumprimentar ao se verem ou se comunicarem. Trata-se de um protocolo de conduta, que sofre variação cultural, tipo o famoso merda, cumprimento entre os atores teatrais. No Brasil e em muitos países usamos os termos, bom-dia, boa-tarde, boa-noite e outros, tipo bom-momento ou boa-hora. Há os que compraram o mundo que como dono dele, chegam o colidir com o semelhante, empinam o nariz e desviam o olhar para ignorar qualquer outra presença, que não seja a própria.
Uma pergunta: quantas vezes por dia você cumprimenta alguém segundo os exemplos supra e deseja de verdade que ele tenha um bom dia. (Bom-dia com o hífen é o cumprimento protocolar, enquanto bom dia separado é um desejo de dia bom).
SORTE GRANDE
Quando o leitor sai de casa para fazer uma aposta na loteria, faz um trajeto necessário entre onde mora e a lotérica. Segundo as leis das probabilidades, as chances de o apostador morrer no caminho é maior do que ser premiado na loteria.
ALFÂNDEGA
Quando um contrabandista atua no mercado de pó-de-arroz, cocaína, talco ou bicarbonato, ele pratica mercado negro ou mercado branco?
O termo mercado negro existe antes do tráfico de escravos entre a África e a América. Com a condição de cor dos cativos, a palavra ganhou sentido maior, o mercado negro era mesmo de negros. Todos sabem que no início de 1800, os ingleses proibiram pelo Atlântico o tráfico de escravos. A multa era enorme e os traficantes, para não serem presos e multados com a carga escrava, quando pegos pelos ingleses, simplesmente desfaziam-se dos escravos jogando-os vivos no mar. A crueldade era tanta que os marujos mostravam para eles onde era a África para que nadassem de volta.
GENOVÊS
Cristóvão Colombo, que chegou a uma ilha que atualmente é o Haiti, em 12 de outubro de 1492, não foi pioneiro, ele estava na nau Santa Maria, quem aportou primeiro foi a Pinta (a Nina foi a última). Colombo levou um tradutor que estava na Pinta, foi à praia com mais dois marujos espanhóis. O tradutor traduziria o espanhol em língua nativa? Nada disso! Ele era árabe e foi escolhido porque os espanhóis acreditavam que se alguém morasse por lá, seria muçulmano. (o primeiro nativo a ver um europeu ouviu uma saudação em árabe).