Somos um país que não tem a mínima infraestrutura para adequar os nossos alunos em sala de aula. É pecaminoso um ambiente onde se deveria ser chamativo e atraente para os nossos discentes, mas que não passa de uma lástima sala de aprendizagem. Um verdadeiro inferno de Dante.
Em se tratando de corpo docente, uma boa parte dos profissionais leciona sem ter formação adequada ao currículo exigido pela aula. Falta a parte pedagógica tão citada neste semanário. Ensinar vai muito além de uma formação acadêmica. Exige humanidade, sentimentalismo, empatia e amor ao ofício.
Somos um país que não consegue segurar os alunos dentro da sala de aula. A taxa de evasão sempre foi um dado alarmante dentro do cenário da educação. Isso faz com que a equidade se manifeste absurdamente. Quando se fala em desempenho escolar num país como o Brasil, o que nos resta é lamentar os índices das pesquisas. É de se envergonhar. No exame do Pisa, desde 2009, o país não apresenta avanço na avaliação. Não há esperança, hodiernamente, para que esses resultados negativos se invertam.
Enquanto não elaborarem um sistema de ensino de qualidade, um currículo decente e um salário que possa incentivar os profissionais da área, sempre será um atraso. Sendo assim, o sistema vai amargando pelos cantos do país e afundando cada vez mais a imagem deste povo “mal- educado”. Somos o país que mais se desrespeita o profissional da educação. As agressões são constantes e as feridas são mais marcantes na alma do que na carne. Esta falta de respeito é o que vem nos incomodando. Nunca veremos (pode ser que eu esteja errado, assim espero) manifestações para que a população dê o mínimo de respeito a este profissional que exerce o ofício com amor e por amor. Nunca veremos uma marcha para melhores condições de salário e principalmente na infraestrutura.
No Brasil, é mais doloroso perder de 7 a 1 para a Alemanha do que ficar nas últimas colocações do ranking educacional. É mais fácil brigar pelo mau rendimento do time do que brigar por melhores condições de trabalho. É mais fácil copiar a tarefa do colega do que tentar fazê-la. É mais fácil colar na prova do que estudar. É mais vantajoso o professor chegar à escola torcendo para que não haja aluno e podendo, enfim, usufruir do dinheiro fácil. É mais fácil encher a lousa de matéria do que explicar o assunto. E assim vamos seguindo, literalmente, ao rumo do nada.