Toda criança faz birra, desobedece e enfrenta os pais em determinadas fases e situações. Todas estas reações são normais e esperadas. É através da resposta e orientação do adulto a estas ações que a criança vai aprendendo e corrigindo os comportamentos que precisam ser mudados.
É normal e comum a criança enfrentar os pais quando quer determinada coisa que não pode ter naquele momento e quando ouve não. É comum a criança desobedecer a uma ordem que não entende ou não aceita. O que não é normal é esta criança não ser corrigida, porque irá continuar repetindo o comportamento errado, ou quando começa a apresentar reações exageradas e contínuas, fora do esperado para o comportamento das crianças.
A desobediência passa a ser um problema a ser investigado quando passa a interferir no desenvolvimento da criança em dois sentidos: no desenvolvimento da aprendizagem e nas suas relações sociais, isto é, no convívio com as pessoas dos seus variados meios (escola, amigos e família).
A criança que ultrapassa a desobediência que podemos chamar de “normal”, é aquela que se recusa a aceitar qualquer tipo de autoridade, do professor aos pais, por exemplo, está sempre enfrentando os limites e as regras, briga por não aceitar as situações que devem ser respeitadas, não sabe esperar, pode reagir com violência verbal e física, contra outros e contra si mesmo (não só pode bater como quebrar objetos, jogar no chão, se jogar no chão), não tolera o comportamento dos amigos e, portanto, acaba também por se afastar ou ser afastada do grupo.
Longe de fazer a criança se sentir bem, este comportamento promove sofrimento para todos os envolvidos. A criança sofre por não saber lidar com as frustrações, perdas e limites naturais da vida e a família sofre por não saber lidar com a criança e não conseguir ajuda-la a mudar este comportamento. O desempenho funcional da criança, as atividades esperadas para sua idade, se mostram prejudicadas em uma ou várias áreas do fazer da criança.
Estes comportamentos descritos e sua evolução podem indicar um possível e/ou futuro Transtorno Desafiador Opositivo (TOD), que exige intervenção profissional.
Quando os pais ou responsáveis se sentem em dúvida quanto ao comportamento das crianças nestes aspectos podem e devem procurar um profissional especializado tanto para esclarecer quanto para encaminhar e orientar a família e ajudar a criança. Desta forma, ela pode ter acesso a medicamentos, quando necessário, e terapias que irão proporcionar uma melhora do quadro.
No caso deste diagnóstico a orientação e participação dos pais e da família são imprescindíveis para que os resultados positivos apareçam e o sofrimento da criança diminua, possibilitando um desenvolvimento mais saudável e um convívio social mais adequado.