Há quem diga que as férias do professor são excessivas e que há muita “folga” da parte do profissional ficar todo esse tempo sem trabalhar.
Pois bem, explicaremos neste semanário o porquê que este longo período de férias é essencial. Primeiramente, professores não só trabalham lecionando como também levam todo o trabalho de lecionar para casa. Nos finais de semana, ao invés de descansarmos, procuramos adiantar os trabalhos que geralmente estão sempre atrasados. Isto inclui correção e digitação de provas, preparação das aulas, metodologia que será utilizada em determinado assunto, slides, planejamento, etc.
Os períodos que envolvem os feriados são os mais proveitosos. Enquanto as pessoas normais o usam para descansar, os professores fazem dele o chamado de “ adiantamento do monte de coisa que tem para fazer”. Para ser sincero, feriado na docência é sempre preocupante, pois dependendo do calendário, surge a preocupação de não conseguirmos terminar os conteúdos da apostila.
Este ano de 2018, muitos professores se viram de cabelos em pé ao se depararem com a quantidade de feriados que caíram na quinta e sexta. Quem, por exemplo, lecionava em determinada série apenas nestes dias da semana, já começou a planejar o ano antes mesmo dele começar com o medo de não dar contar do material. A pressão que sofremos fora e dentro do ambiente escolar afeta o nosso espírito. As noites mal dormidas são muitas. Junta os nossos problemas com os problemas que nos deparamos no dia a dia dos nossos alunos. É claro que procuramos não misturar as coisas, mas é uma realidade que enfrentamos diariamente, e por mais que tentamos desviar o olhar, surge a necessidade de fazer algo que só existe no olhar da docência.
Outro fator que podemos usar como quesito de argumentação é o barulho. No decorrer do ano, o maior desafio de um professor é ir a uma festa de aniversário de criança. Semanalmente, ficamos saturados do estardalhaço em sala de aula, do intervalo, da entrada e saída dos alunos. Ter que frequentar um aniversário depois de uma semana corrida e barulhenta é desejar a própria morte.
São por essas questões entre muitas que precisamos sim de um longo período de férias. Precisamos recompor corpo e alma. Um novo ano se aproxima e precisamos estar com as baterias carregadas, alma em paz e sorriso no rosto. Ser um professor em tempos de desvalorização profissional é passar por todos esses fatos e mesmo assim continuar a amar o ofício.
Que este período de descanso que se aproxima possa nos fortalecer cada dia mais para podermos continuar com o pensamento positivo de que possamos sim ser instrumento modificador e de ascensão. Nosso repouso nunca será excessivo, mas sim merecido.