Eliane Camilo: os avanços e a dedicação ao Meio Ambiente

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Eliane Dias Camilo, nasceu no dia 30/05/1965, em Santo André – SP. Filha de Alcides Camilo e Antônia Dias Camilo, tem um irmão: Edson. Casou-se em 1986, e tem um filho chamado Felipe. Veio para Monte Alto ainda pequena; iniciou os estudos na Escola Dr. Raul da Rocha Medeiros, de onde lembra-se das professoras Aparecida Lauer, Cidinha Pisco, Joaninha Fusco. Já o ginasial estudou na Escola Estadual Dr. Luiz Zacharias de Lima, porém interrompeu os estudos aqui, para voltar à cidade natal. Entre os amigos de infância cita Luiz Ernesto Cestari, Rineu Santamaria, Mara Carcinoni, entre outros…

Primeiro Emprego – “Comecei a trabalhar no Banco Bradesco, com abertura de contas e atendimento ao público. Naquela época, a agência tinha aproximadamente 70 funcionários; era engraçado, pois de tanto movimento as pessoas chegavam a trombar umas com as outras (risos). Depois, trabalhei na Construtora Congil, e em 1986 mudei para São Paulo. Em 1992 voltei definitivamente para cá, reencontrei muitos amigos e começamos nos reunir para discutir sobre o desenvolvimento político da cidade. Em 1996 passei num concurso público e comecei a trabalhar na Prefeitura Municipal. Estive também no Conservatório Musical, e em seguida, fui a primeira Coordenadora do Museu de Arqueologia. Estou na secretaria de Meio Ambiente desde 2008, e também, sou interlocutora do Programa Município Verde Azul, instalado em 2009”.

A ligação com o Meio Ambiente – “Minha ligação com o Meio Ambiente teve início com a fundação do Partido Verde, porém eu e meus colegas, envolvidos com questões ambientais, não tínhamos interesses partidários e criamos a ONG “Associação Ecológica Pé da Serra”. Fomos o primeiro grupo a discutir sobre Educação Ambiental no município. A ONG foi criada com objetivo de separar as ações ambientais do vínculo político”.

Projetos realizados em prol do meio ambiente – “Fizemos a primeira semana de Meio Ambiente, em parceira com a Prefeitura. Lembro-me que o prefeito era o Donizete Sartor, e a secretária de Educação, a Mônica Duran. Nós procuramos a Mônica para propor o trabalho junto com as crianças. Como eu trabalhava, não pude visitar as escolas junto com o Luiz Ernesto e o Rineu, então, eles orientaram os alunos para fazer trabalhos relacionados ao Meio Ambiente. Em 2.000 foi feita uma exposição na Praça Central com vários cartazes produzidos pelos alunos. Paralelo a isso, montamos, durante muito tempo, uma tenda na Festa de Agosto, e lá eram apresentadas várias espécies de árvores, pássaros e animais encontrados na cidade, com intuito de despertar o interesse ambiental nas pessoas. Em 2001 realizamos outra semana de Meio Ambiente, porém, foi um projeto maior, contendo trabalhos feitos pelas crianças com material reciclado. Houve também um concurso, no qual os visitantes votaram nos melhores trabalhos e a premiação para os vencedores aconteceu na tenda montada na Festa de Agosto. Os alunos ganharam camisetas e canetas da ONG Pé da Serra”.

O tratamento do Rio Turvo – Eliane contou que a cidade não tinha estação de tratamento de esgoto, então começaram a observar o problema do Rio Turvo, além do lixão. “Quando fizemos as mostras dos trabalhos das crianças na Festa de Agosto também expusemos fotos do lixão, lembrando a contaminação do rio causada pelo chorume. Alencar, as pessoas até torciam o nariz e nos questionavam pelas imagens. Meu grupo foi o primeiro a apresentar as dificuldades das questões ambientais do município”.

Primeira Coordenadora do Museu de Arqueologia – “Um pouco antes de eu assumir o cargo, fiz um curso de antropologia e extensão na USP para entender sobre questões indígenas. Desenvolvi exposições, recepções de alunos e alguns projetos. No Museu de Arqueologia, temos uma etnia indígena que foi encontrada aqui há 1.500 anos, aproximadamente. Houve escavação feita pelo pessoal da USP, somente no bairro rural da Água Limpa, entretanto, temos mais dois sítios arqueológicos a serem explorados, localizados na Anhumas. Vários alunos defenderam teses sobre os materiais encontrados na cidade e o acervo está sob a responsabilidade do Museu de Arqueologia e Etimologia da USP”.

A Cooperativa de Reciclados – “Durante o mandato do Donizete Sartor, trabalhei na secretaria de Planejamento, fiz toda a parte de organização dos arquivos. Mesmo com as mudanças de prefeitos eu permaneci no cargo. Com o falecimento do Gilberto Morgado, acabei assumindo várias funções dentro da Secretaria e fui coordenadora do Plano Diretor. Depois de um tempo, apareceu um projeto de participação em Educação Ambiental da UFSCar vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Sendo assim, fui me especializar em educação ambiental. Em 2009, fui para a Diretoria de Meio Ambiente. Nesta época, o lixão foi interditado pela Cetesb em decorrência do problema que citei. Através da Secretaria, conseguimos os equipamentos da Cooperativa de Reciclados, isto é, o caminhão, a prensa, entre outros, para fazermos a coleta no município. Durante três meses eu me reunia semanalmente com os catadores para entrevistar e ensinar sobre a Cooperativa, e em 2011, ela foi inaugurada. Porém, até hoje ainda existem catadores autônomos e sonho em, um dia, unir todos e formar uma Associação”.

Mensagem – “Os jovens não podem parar de estudar, nunca. É preciso gostar daquilo que faz e ter dedicação no trabalho e na vida”.

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