Neurônio
Cientistas inteligentes ainda não conseguiram descobrir a relação entre o cérebro físico e a inteligência mental. Quando Albert Einstein morreu, na necropsia, foi constatado que seu cérebro tinha um peso menor do que a média de outras pessoas comuns, o que derrubou a tese de que a inteligência tinha relação com o tamanho do cérebro. Einstein, para a ciência, era o Físico mais inteligente do planeta. No Brasil, quando se fala em inteligência intelectual, Rui Barbosa sai na ponta com folga, o que é uma temeridade, porque outros inteligentes existiram e existem no País, nas áreas das letras e outras artes. Rui Barbosa tinha uma capacidade enorme de retenção cerebral, seus críticos, os que eram muitos, diziam que Rui tinha uma inteligência de biblioteca, o que era real, ele lia uma obra e conseguia citá-la, verbalmente, em detalhes, nas suas palestras e seus escritos. Rui Barbosa fazia seus oponentes tremerem nos debates, demonstrando que eles estavam anos-luz do seu conhecimento e talento intelectual. Rui, em muitas vezes, humilhava os debatedores, corrigindo-os pelos erros cometidos em relação ao idioma luso, latim, grego e espanhol. Rui Barbosa, ao colocar sua inteligência na área política, mostrou despreparo, perdeu duas indicações para candidato a presidente, dentro do próprio partido e foi derrotado por Hermes da Fonseca, um marechal inexpressivo, para a presidência. Rui era advogado, escritor e senador, antes e depois da república. Depende do que é inteligência, ele foi!
Lápide
O verbo perder não é o melhor para definir a ausência de alguém por morte. Como ninguém é de ninguém, não existe perda. Quando alguém que gostamos morre, parente ou não, existe de concreto uma ausência, porque quem morre, deixa de estar presente junto a quem existe aquém da morte. O termo vida é genérico, já que ninguém pode afirmar que está vivo, sem um comparativo do que não é vida. A morte é tida como passagem, porque antes dela houve vida e depois dela há outra existência. Uma afirmação do tipo é temerosa, chega a ser surreal, porque o morto, mesmo que tenha existência em outros planos, não tem capacidade para realizar uma incursão em outra existência, em maior ou menor grau. O mais plausível é que nossa existência, chamada de vida, por nós mesmos, seja apenas uma manifestação de um sonho, que ao acordamos, morremos. Quando a gente acorda de manhã ou a qualquer hora, os sonhos mesmo lembrados, desaparecem e tal como a morte, nunca perdemos nada. Os que morrem, mesmo que físicos, são sonhos desaparecidos com o despertar!
Pluvial
As chuvas de janeiro assustaram muita gente, principalmente os mais novos, que desconheciam o índice pluviométrico histórico dos janeiros passados. O mês sempre foi o mais chuvoso do ano. Um velho agricultor me disse que certo ano choveu “quarenta” dias em janeiro. Os 40 dias de chuva citados por ele, fechava janeiro e entrava fevereiro, ou antecipava dezembro, tinha relação bíblica com profetas, principalmente Noé.
Securidade
Há quarenta anos, todos os seguros eram feitos por corretores credenciados. Depois, os bancos entraram no segmento, mesmo com os corretores, que aos poucos estão diminuindo. As agências bancárias exigiam que seus funcionários oferecessem apólices aos clientes. Para as seguradoras, o melhor seguro é o de vida, no qual a pessoa paga enquanto viver e a família, ou quem for indicado, recebe quando a morte ceifá-lo. Enfim, a seguradora aposta que o cliente vai viver! Evidentemente os funcionários dos bancos não eram especializados em seguros e uma gafe que eles cometiam era no argumento da venda do seguro: quando o senhor morrer o senhor receberá. Muitas vezes, o bancário achava a palavra morte muito pesada então dizia: quando o senhor faltar sua família vai receber. Atualmente, o pessoal dos bancos está preparado para vender seguro de tudo.
Aliança
Muitas lendas sobre Santo Antônio de Pádua, como santo casamenteiro correm os meios católicos. A mais famosa é a que narra a história de uma moça que não conseguia se casar, aborrecida com as falhas de Santo Antônio, no qual ela prestava homenagem e nunca tinha retorno. A moça pegou a imagem do santo e, com raiva, jogou-a pela janela. Naquele momento, passava um jovem que acabou por levar uma pancada na cabeça, vítima da imagem pesada. Ele apanhou o santo e bateu na porta para devolver a imagem, acreditando que ela havia caído da janela. A moça atendeu e assim que se viram, ficaram apaixonados e se casaram. O milagre foi feito! A fama de Santo Antônio de Pádua como casamenteiro tem um fundo de verdade. Pádua era na época de Santo Antônio, uma Cidade/Estado, governado pelo Papa, era um Estado Papal, entre outros, antes da criação do Vaticano. O Papa para governar seus territórios nomeava prefeitos. Independente do governo de cada cidade, os mosteiros ficavam em território neutro, um dos quais Santo Antônio morava. O prefeito de Pádua, na época de Santo Antônio, era déspota, cruel e autoritário, que infligia altos impostos ao povo. Um deles era a taxa do dote, que todas as moças deveriam receber do pai e doar parte à cidade, no dia do casamento. As famílias camponesas eram pobres e não tinham como pagar o dote, isso levava as moças a ficarem solteiras, envelhecendo, sendo sujeitas a trabalhar para a cidade como escravas e servas. Santo Antônio fazia forte oposição ao prefeito e incitava o povo a desobedecê-lo, conseguindo várias vitórias políticas e principalmente, reduzir substancialmente o valor do dote de casamento. O que aumentou consideravelmente os casamentos, outras cidades dos Estados Papais, ao verem as moças arrumando maridos em Pádua, também baixaram as taxas. Surgia assim o casamenteiro, que também ganhou fama como tendo o dom da ubiquidade, ou seja, estar em dois lugares ao mesmo tempo. O povo, inocente, acreditava que os prefeitos das outras cidades também recebiam a visita do santo.