Está marcado para o dia 10 de novembro, às 20 horas, no Buffet Requinte, o lançamento de “O Colar de Ignis – O retorno de Zástras”, segundo livro da trilogia escrita pelo montealtense Eduardo “Tico” Costa. Colunista deste semanário, Tico receberá amigos e fãs de literatura em uma noite de autógrafos que contará ainda com a participação musical de Eloi Brito, de Araraquara.
Antes do lançamento, o escritor, que também é professor e músico, teve uma boa notícia: na semana passada, ele conquistou o quarto lugar no Concurso Literário da Academia Fluminense de Letras (Academia oficial do Estado do Rio de Janeiro) com o tema “Educação, Cultura e Ética”.
Nesta entrevista exclusiva, Tico comenta sobre a nova obra, seus próximos projetos e o panorama atual da literatura. Confira!
Jornal O Imparcial: Qual é o enredo deste livro? Tem alguma sinopse oficial?
Eduardo Costa: Em “O Colar de Ignis – o retorno de Zástras”, Wabajun era o deus das montanhas. Diz a lenda que Heifelto – o deus do universo – quando terminou de esculpir as montanhas pelo mundo, perceberá que sobrara uma pequena quantidade de aupertidro: um tipo de massa feito com a mistura de terra de vários planetas e homogeneizado com a água que fica no interior do Asviare – o corpo celeste que vigia todos os mundos criados por Heifelto. Foi a partir desta mistura que nasceu o deus das montanhas. O deus do universo criava os seus protetores para tudo o que ele esculpia com o aupertidro, mas não interferia na índole desses deuses. Ele tirava a conclusão daquilo criado por ele quando voltava das suas viagens milenares, visitando outros planetas do universo. O ponto de chegada era o arquipélago, já que ele ouvira de Asviare comentários sobre a vida dos seres que ali habitavam. Zástras estava de volta. Ele havia ressurgido das cinzas que estavam espalhadas pelo mar. Além de querer o seu poder, queria tomar o universo. Queria dominá-lo. Entretanto, deveria guerrear até a morte com Heifelto. Leirini vai até Zuntrum para descobrir estranhos acontecimentos que ocorriam por lá. Mal sabia ela que a ilha seria cenário de uma batalha mortal. Zástras formara um exército. Leirini irá contar com a ajuda de grandes guerreiros para poder sair viva da ilha.
Jornal O Imparcial: Quanto tempo demorou em escrevê-lo?
Eduardo Costa: Este segundo livro da trilogia demorou mais para publicá-lo do que para escrevê-lo. Eu terminei o primeiro livro dando indícios de como seria esta continuação, por isso que foi rápido. Na verdade, eu nem esboço as cenas antes. Toda a criação é instantânea; basta um lugar silencioso e uma xícara de café ao lado. Se for falar de tempo, foi em torno de 10 a 12 meses. O grande empecilho desta escrita é o fator tempo, já que concilio minha profissão de professor com a música e a literatura. Lancei o primeiro livro em maio de 2015 e, em meados de 2016, a continuação já estava pronta. A grande dificuldade em escrever é a questão da publicação, pois custa dinheiro e o retorno é sempre zero.
Jornal O Imparcial: Qual foi a repercussão da primeira parte da trilogia?
Eduardo Costa: Foi acima do esperado. Os 500 exemplares que adquiri foram todos vendidos. Várias escolas da região adotaram-no como leitura obrigatória, inclusive a que eu trabalho, na cidade de Pirangi. Foram feitos projetos de leitura compartilhada em escolas de Araraquara, Jaboticabal e em Taiaçu, elaborados pelo próprio corpo docente. Esta última, o trabalho ainda está sendo realizado pelas professoras do 5° ano do ensino municipal. Faço questão de ir às entidades educacionais conversar com os discentes. A grandiosidade disso tudo é que os alunos envolvidos querem saber da continuação da história. Não há nada que pague aquele olhar que eles nos remetem, como se fôssemos seus grandes heróis.
Jornal O Imparcial: E sobre a terceira parte, ela já está pronta? Tem previsão de lançamento?
Eduardo Costa: Não está pronta, mas devo começar a escrevê-la ainda neste finalzinho de ano. Pretendo terminar a trilogia até 2020. Há vários projetos concluídos esperando pela publicação. Porém, preciso terminar a trilogia, primeiramente, para dar continuação aos demais livros. Até a data citada acima, quero publicar mais um romance, este já concluído, quando findar ‘O colar de Ignis’.
Jornal O Imparcial: Você também é educador. Num mundo cada vez mais virtual, como cativar/incentivar a leitura em crianças e jovens hoje em dia?
Eduardo Costa: Todo professor é professor de língua. Sendo assim, seja qual for a área de atuação, todos os professores devem desempenhar a função da importância da leitura em sala de aula e fora dela. A tecnologia é um grande oponente neste cenário. Eu sempre digo que aqueles procrastinados pela leitura se sobressaem em tempos de tecnologia. O incentivo não parte somente da escola. Precisamos de um amálgama entre escola/família para que este trabalho gere bons frutos. Eu como educador e escritor consigo, numa pequena porcentagem, incentivar a leitura dos meus alunos. Porém, sinto que não é o suficiente. Elaboro projetos de escrita, argumentação e leitura para que este gosto se fortaleça com o passar dos tempos. É um trabalho árduo, pois o oponente é forte, mas não é invencível.
Jornal O Imparcial: O que escrever um livro significa para você?
Eduardo Costa: Escrever é ditar os vocábulos da alma. É materializar os sonhos. É ter o estado de espírito em consonância com a positividade que rege a terra. É expulsar os demônios. É terapia. Escrever, na verdade, é uma necessidade. É alimentar-se. É matar a fome da criatividade que vive dentro de nós. É expelir palavras pelos poros. É transformar a utopia em realidade. É criar o impossível. É criar mundos, seres, sentimentos. É dialogar consigo mesmo. Quando se escreve um livro, se faz um filho; é amado como tal. Um livro te livra e nos livra. Livra-nos da ignorância. Cada livrada na vida é uma sabedoria herdada. Escrever um livro é tudo isso; se esqueci de dizer algo, prometo concluir no próximo livro.