BRASILEIRADA
O ano de 2018 d.C. acabou no Brasil. Depois do Carnaval e do futebol, o que seria mais importante, as eleições, pouco vale para os brasileiros. Isso não é opinião, é realismo. Basta ver quem são os eleitos pelo voto consciente do eleitor brasileiro. Nosso brasílico usa o tempo útil sentado no boteco discutindo qual marca de cerveja é melhor, enquanto o deputado que ele elegeu, no último pleito, faz a canetada aumentando o imposto da cervejinha que ele toma.
O brasileiro tem uma mania nacional de dizer que o governo paga, quando o dinheiro não sai do seu bolso, realmente paga, mas com o dinheiro do contribuinte, principalmente do assalariado, que no Brasil é renda. Vejam o que é uma falsa cidadania: o dinheiro do Programa Bolsa Família, tido como benefício, é um imposto indireto, porque o “beneficiado” recebe no banco e consome no supermercado, em cujas mercadorias estão embutidos os impostos. Não é uma distribuição de renda, é uma concentração estatal de impostos. As regras do programa exigem que o beneficiário não tenha renda mínima, se trabalhar e começar a ter, perderá o direito, logo não tem interesse em trabalhar. O programa deveria ter o nome real completo: Bolsa Família Ociosa. Sem radicalizar, o programa deve continuar, mudando as regras e o conceito.
Voltamos às eleições de outubro. Nenhum candidato é bom, entre eles, o eleitor votará no pior. Se o ano não acabar em outubro via calendário, acabará depois da apuração das urnas. O candidato eleito presidente nomeará ministros da sua coligação, os amigos pessoais, os indicados pelos deputados e senadores, para obter a maioria no Congresso. O mesmo acontecerá com os governadores eleitos em relação aos secretários estaduais. Quanto aos deputados e senadores, os que não se reelegerem terão cargos garantidos no executivo, ainda que seja de assessoria no velho estilo Aspone. Sem a reeleição certamente não virá uma crise depressiva, os filhos, primos, cunhados e parentes em geral, ocuparão a velha cadeira vitalícia.
O brasileiro que paga tudo, desde o salário exorbitante do jogador de futebol do seu time até os rendimentos dos vereadores da sua cidade, ainda banca o financiamento público de campanha. Não há como fugir: a gente volta a escrever sobre política, lembrando que não é o voto que conta, é a conscientização dele!
BRASILISMO
Em 1846, no Rio de Janeiro, capital do império brasileiro, Francisca de Jesus, uma negra alforriada pela ex-dona em agradecimento pelos serviços prestados de ama de leite, cansada de ficar livre, dirigiu-se ao cartório no centro da cidade, para registrar-se como escrava novamente. Depois do registro, foi a uma redação de jornal, para anunciar que estava à venda. Os funcionários da redação pagaram para ela o valor de mercado de uma escrava de sua idade e pediram para mudar a sua condição novamente, ou seja, seria alforriada por ela mesma. A proposta não foi aceita pela mulher, que recebeu o dinheiro pedindo para trabalhar como escrava na redação. Foi aceita, trabalhou até morrer em troca de abrigo, comida e roupa. Quando perguntada pela sua atitude, respondia: “é melhor ser escrava comendo e bebendo, do que livre passando fome”.
BERLIM
Em 1923, na Alemanha, para comprar um pão eram necessários 460 bilhões de marcos. O freguês se diria à padaria com um carrinho de mão (No Brasil, carriola) cheio de notas de mil marcos. Voltava com um pão debaixo do braço e o carrinho vazio. Foi o ano que Hitler fundou, em Berlim, o partido nazista, graças aos seus discursos inflamados prometendo acabar com a inflação; o partido, com 300 filiados, em um ano tinha 20 mil, depois de cinco anos, tinha milhões. Hitler era número sete!
BODOQUE
O índio brasileiro tinha fama de indolente. Muitos brancos herdaram a indolência nativa. A de ladrões aos poucos foram perdendo, eles entravam nos armazéns dos portugueses, pegavam o que queriam e saiam sem dar satisfação. Para eles era normal, porque não tinham o conceito de propriedade, na aldeia tudo era de todos.
Uma marca da folga, era a roça de mandioca que eles plantavam. Eram três roças: enquanto a primeira nascida, a segunda estava começando a criar raiz e a terceira produzia para consumo imediato. A mandioca era preferida porque não exigia armazenamento, quando a fome batia, arrancava um pé ralava e fazia mingau. Com a mandioca não havia entressafra e falta de alimento. Era indolente, né?!
BALANÇA
Na vida fiz mais de 15 regimes para emagrecer. A maioria não deu certo. Nós que consegui emagrecer voltei rapidamente ao peso original. Foram dietas da lua, dos astronautas, de Bervely Hills, da alface, do abacaxi e da água. Como raramente vejo gordo morto nos velórios, sempre são magros esqueléticos parei de vez.
Minha última dieta foi a chamada Dieta da Quinzena. Perdi duas semanas!
OUTUBRADA
Na eleição que virá, entre os que pretendem o cargo de presidente, teremos de tudo. Serão de todos os estados, católicos, evangélicos, nipônicos, empresários, sindicalistas e outros. Certamente haverá afrodescentes.
Um detalhe: caso haja, convém não dizer que será o primeiro presidente afrodescendente do Brasil (Nos EUA cansaram disso com Obama), porque a república teve dois: Teodoro Sampaio e Nilo Peçanha.