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QUOD DIXE DIXE
O historiador é quem pesquisa documentos históricos sobre sua especialidade, ou seja, quem escreve sobre locais históricos, cidades e países. Esta coluna não é escrita por historiador, porque o autor não faz uso de documento ou arquivos, principalmente de Monte Alto, a base dos textos são de ordem verbal de quem viveu à época, pessoas que são cada vez mais raras, devido à cronologia contam os fatos passados vivenciados por elas próprias ou pelos antepassados. Na caso de Monte Alto, o conteúdo documental é de conhecimento de todos e temas até museu para a necessária comprovação. O registro histórico do município é reduzido ao essencial, não há detalhes dos fatos e os nomes dos autores ficam reduzidos à área política, isto é, o povo passa a ser mero coadjuvante da história, sequer é citado genericamente.
O título do texto em latim é de uma frase da história de Roma, que também tinha a sua história documental e a oral, cujo significado é: quem disse, disse!
A revelação histórica verbal de Roma não tinha crédito de autoria, tinha a advertência, quem disse, disse, ou seja, restava acreditar nas palavras de quem dizia. Esta coluna relata fatos ditos por um antigo morador da cidade, que afirmava ser bisneto de um escravo, que em 1881 teria 13 anos. Ele acompanhava o pai e a mãe nos trabalhos braçais no lugarejo novo (Futura Monte Alto). Seus pais, então bisavós do autor, trabalhavam como escravos emprestados por um fazendeiro da região e o menino não podia trabalhar por ser menor (Nascido na Lei do Ventro Livre). Como a história foi contada há mais de vinte anos, esqueci o nome do “historiador oral”, que mantinha memorizado. O teor histórico ficou gravado e não era diferente da história oficial do município, tinha até menos detalhes porque um escravo não tinham acesso às coisas dos brancos, apenas ouviam seletivamente, mantendo sigilo do que sabiam. O menino anônimo de 13 anos viu Monte Alto, sem saber se o nome seria esse, nascer no meio do mato. Como era normal e legal na época, Monte Alto usou, no início da fundação, a mão de obra escrava.

IDOS DE MAIO
Seguindo o raciocínio supra, cerca de 11 cavalos e suas montarias, e alguns negros a pé, chegaram ao local que hoje seria a Igreja Matriz, riscaram o chão com enxadões e picaretas, formando a primeira esquina do local, ainda que rudimentar. A cada dia as turmas novas chegavam para outros serviços, o ritmo foi acontecendo até que um dia – sempre segundo o relatante – os cativos atiraram para cima as pás e enxadas, gritando: liberdade! Liberdade! Isso teria acontecido cinco dias depois do fato verdadeiro (Domingo, 13 de maio de 1888). Os escravos de Monte Alto, alugados de outros lugares, foram libertados em 20 de maio. A notícia do Rio de Janeiro teria chegado à região via telégrafo e distribuída por alguma estação de trem por perto, se foi de Jaboticabal, a notícia teria sido retida por precaução, podia ser falsa.
Mesmo sendo escravos forros, os negros continuaram trabalhando, recebendo abrigo, água, roupa e comida. Os brancos também exerciam o trabalho, porém, recebiam algum dinheiro pelo serviço. As turmas acampavam no local de trabalho, os brancos separados dos afrodescencentes.

FORA O REI
Um tempo depois dos negros livres (um ano e meio) chega à Vila uma notícia que ninguém entendeu: estava proclamada a república. O senhor Porfírio explicou que era um governo novo no lugar do imperador, que teria ido para Portugal. O senhor Porfírio estava triste, ele gostava do rei do Brasil. Todos diziam que nosso trabalho acabaria porque a república não queria cidade ou vila novas. Eram conversas bobas, depois do fim da escravidão também falavam que tudo voltaria a ser a mesma coisa, os escravos voltariam a ser cativos. Fez ano e ninguém voltou a ser escravo, a república também seria para sempre.
Durante tempo fiquei na lida, quando virou o ano de 1900, falaram que era século, como ninguém pagava salário, pai e mãe mudaram para outra cidade, eu nunca sabia onde era. Estava com quinze anos, sabia trabalhar com enxada e tombava terra com boi. O pai e mãe diziam que eu tinha nascido numa fazenda grande perto de onde seria a vila. Quando fomos embora, o senhor Porfírio disse que daria um cavalo para pai e mãe, eu ganhei um chapéu. Lembro que Porfírio disse: “moleque, você fez uma cidade, conta para seu filho e peça para ele contar para seu neto, que ele contará para o mundo”. A mãe montou no cavalo, eu e o pai fomos a pé atrás. Senhor Porfírio abanou a mão e gritou: “Aqui vai ser Monte Alto”.

VACINA
A proliferação dos mosquitos aumenta a dengue. Seria mais fácil que vacinar as pessoas, a eliminação dos isentos transmissões. Sugerimos uma ação radical. As pessoas matam os mosquitos quando eles zunem na orelha, porém, nessa altura o bichinho já picou. O certo é treiná-lo para zunir primeiro e picar depois!

PRINCESA
Em 1888, a Princesa Regente Isabel, no dia 13 de maio, domingo de manhã, recebeu uma comissão de congressistas, que portavam a minuta da Lei Áurea, que abolia a escravidão do Brasil. Ela promulgou o texto e após o anúncio, a população do Rio de Janeiro ovacionou o ato e a princesa. O pai dela, D. Pedro II, estava em Paris no palácio da família D´Eu, cujo conde era seu genro. D. Pedro II ficava hospedado sempre lá porque era perto da mansão da condessa de Arrabal, sua amante oficial. No Brasil, os republicanos estavam prontos para acabar com a monarquia, o que aconteceria no ano seguinte. Muitos escravos, depois da libertação, começaram a chamar a Princesa Isabel de a Redentora e alguns até a canonizaram por conta da fé. Na realidade, a Lei Áurea foi uma espécie de “habeas corpus” do negro escravizado. Fisicamente livre, o forro continuou com a mentalidade escrava e com a dúvida legal, porque o texto da lei não era definitivo, não estava na constituição, e para ser legal, precisava de emenda. Temendo isso, na república foi necessária a deposição e exílio imediato da monarquia.

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