Uma história que começou no final dos anos 90, em um almoço, de forma despretensiosa, tem hoje quase 20 anos e soma inúmeros frutos. Ou melhor, inúmeras Igrejas; todas feitas com palitos de churrasco e de sorvete, além de cola, pelas mãos do artista montealtense Geraldo Marques. Do alto de seus 77 anos, ele recebeu a nossa equipe em seu ‘ateliê’, um quartinho no fundo de sua residência no bairro Jardim Califórnia, de onde saem as preciosidades.
“Eu trabalhava em São Paulo e estava simplesmente palitando o dente na hora do almoço, quando tive um ‘estalo’: retratar um quadro que adornava o local com o referido objeto como base”, destaca. Algum tempo depois saiu a sua primeira obra e, desde então, não parou mais. Autodidata, Marques aplicou seu conhecimento manual de produzir matriz para peças de borracha de automóveis (seu serviço na Capital), no hobby.
De volta a Monte Alto no ano 2000, a arte sacra se tornou seu carro-chefe. Já produziu replicas das igrejas Santa Beatriz, Senhor Bom Jesus, Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Santa Luzia e Santa Rita, de Monte Alto; São João Batista, de Ariranha; e São Geraldo e Basílica de Nossa Senhora Aparecida, de Aparecida do Norte.
O trabalho segue um ‘ritual’, com ida ao local, fotos e esboço em papel, para, depois, ganhar a forma final; todas possuem relógios e luzes internas funcionando, além de belos vitrais, tais quais as Igrejas originais. O tempo, porém, varia de um trabalho para o outro. “Esta de Nossa Senhora de Fátima (que estava no Museu, e voltou para a residência de Seo Geraldo para reforma), demorou três meses”, comenta. “Sou aposentado, então faço no meu ritmo; é como se fosse uma terapia”, completa. O próximo trabalho já está definido: a Igreja do Divino Pai Eterno, no bairro Vera Cruz.
MAIS – Mesmo com a arte sacra sendo o principal trabalho, Geraldo arruma tempo para outras ‘artes’, e em variados materiais. Em sua oficinas existem carruagens, jardineiras, caminhões e torres de madeira, e ainda, uma cesta em que utilizou serpentina de carnaval na produção.