Silêncio.
Noite escura.
Dentro do meu peito
o coração
pulsa feito
pássaro engaiolado
à procura dos por quês
sem resposta.
Será a vida este esperar
por tudo
e receber de volta
o nada?
Longe, tão distante
estão aqueles
que têm meu coração
liberto.
Viver é tecer ilusões
no agasalho
da desilusão.
Enrolada,
minha gata dorme
impedida de ver
no telhado,
a lua.
Chove!
Passos leves
rastejam pela casa
vazia.
Fantasmas de sonhos
perdidos.
À procura do quê?
Devagar até os passos
somem.