Como diz parte da canção, “recordar é viver”. Lembranças e recordações podem despertar várias reações e sentimentos. Existem as lembranças boas e as lembranças difíceis e dolorosas, que ainda podem doer.
Nossas recordações são parte de nossa história e explica muito quem somos e o que nos tornamos. E cada recordação tem seu lugar e sua importância, pois, ninguém vive situação que valha a pena recordar sem ter aprendido ou se modificado de alguma maneira.
Existem as lembranças que surgem a partir de um cheiro, de um som ou de uma sensação. Há aquelas que surgem a partir de um sonho, do reencontro com alguém ou de uma notícia e também aquelas que revivemos por um sofrimento ou simplesmente pela saudade.
Saudades do que já passou, saudades do que não volta, saudades dos momentos únicos que definem as situações especiais de nossas vidas. E também tem a saudade boa e a saudade ruim, a saudade alegre e a saudade triste. Tem saudade que é gostoso sentir porque, mesmo por alguns segundos, nos faz reviver momentos de felicidade, já a saudade ruim é aquela que dói. Dói pensar porque nos faz sofrer, porque não é possível modificar o fato que promove a dor ou porque não é possível fazer nada para amenizá-la.
Em nosso livro de recordações da vida há muitos capítulos, cada qual com sua historia, seus motivos e significados, cada qual com sua colaboração na construção de nossos sonhos e objetivos.
Existem capítulos que gostaríamos de poder pular ou que não fazemos questão de reler, existem os capítulos difíceis, porém necessários e que, em algum momento do caminho, entendemos ou aprendemos a aceitar. E também existem os capítulos especiais, aqueles que gostamos de relembrar que estão guardados na memória e no coração e nos custam caro, pois, tem um significado único.
Tem lembrança que tem cheiro, som e movimento. Daquelas que basta fechar os olhos para se transportar para a situação já vivida e retomar todos os sentimentos e sensações da ocasião. Tem aquelas que estão distantes, quase perdidas no tempo e aquelas que são tão, tão sofridas que procuramos empurrar para bem fundo de forma a não permitir que venham a tona.
Recordando conseguimos, muitas vezes, entender e aprender com acontecimentos que não tivemos a oportunidade, no momento, de avaliar ou mesmo aceitar. Relembrando também conseguimos preencher lacunas, criar conexões, despertar compreensão e construir o futuro. E recordar, também, pode simplesmente ser viver: viver o ontem, o hoje e o amanhã – tudo como parte de um grande quebra-cabeça que não tem número certo de peças para se completar e através do qual, a cada dia, visualizamos novas possibilidades de encaixe, seja encontrando uma nova peça ou novas formas de se encaixar as peças antigas.12