Aonde começa a Violência?

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A agressividade está inserida em nosso cotidiano e atinge todas as classes sociais e todas as faixas etárias. Brigas e discussões, que acabam em acusações verbais e agressão física são cada vez mais comuns entre adultos, entre crianças e adolescentes, e entre os grupos: há adultos que agridem crianças e crianças que agridem adultos, crianças pequenas que já sabem o que é machucar o outro e grupos de jovens que escolhem o ataque físico para resolver pendências de todos os dias.
A agressividade não é somente o ato de violência física propriamente dita. A agressividade é interna, vem de um desejo poderoso e primitivo de resolver algo com nossas próprias forças; ela pode estar no olhar, no falar, na palavra, no gesto, não é preciso bater nem apanhar para vivenciar a violência.
E até normal, em algumas situações, sentir raiva e impulso de agredir quem nos provoca um sentimento negativo. A diferença é o controle que deveríamos ter – e que alguns não têm – de bloquear este impulso e pensar antes de tomar alguma atitude.
Agredimos nós mesmos e à nossa saúde quando lutamos desesperadamente para tentar “ter” mais e esquecemos de que “ser” é mais importante. Agredimos nossos filhos quando não temos paciência para educá-los, para ouvi-los ou para ensiná-los a praticar a tolerância à frustração, à aceitação das diferenças e as dificuldades dos relacionamentos humanos e depois nos desesperamos quando eles agridem amiguinhos na escola ou resolvem que vão usar da mesma impaciência aprendida em casa para resolverem seus pequenos problemas, muitas vezes voltando-se contra os próprios genitores.
Professores são agredidos e desrespeitados por alunos, idosos são agredidos e desrespeitados pela própria família e por pessoas contratadas exclusivamente para cuidar de seu bem-estar. Pais são mortos pelos próprios filhos, filhos são abusados pela própria família. A violência no trânsito, então, é algo assombroso.
Qualquer coisa hoje em dia, dos pequenos problemas às grandes questões, são resolvidas à base de discussões, se não violentas, desrespeitosas. Usamos da agressividade no dia a dia e nem percebemos: ao falar com o garçom do restaurante, ao aguardar a atendente da loja, ao se exasperar com a lentidão das pessoas que não tem nosso ritmo.
Sem perceber, começamos a perder a paciência e a agir como grande parte das pessoas: passamos correndo pela vida, sem olhar para os lados, nos cansando até o estresse profundo e desenvolvendo doenças como a depressão, a ansiedade e o pânico além de distribuir agressões gratuitas, muitas vezes magoando aqueles que amamos.
Estamos sempre buscando algo que não sabemos bem o que é e quando encontramos não nos realizamos e partimos para outra meta, também sem qualquer sentido, e assim o ciclo segue até a insatisfação completa!
Para refletir: porque será que nossas crianças e adolescentes andam tão agitados, ansiosos, agressivos e desobedientes? Como anda nossa vida e como anda o controle da agressividade interna de cada um de nós em nosso cotidiano? Como estamos tratando nossa família, nossos amigos, nossos funcionários, nossos chefes e as pessoas comuns com as quais convivemos todos os dias?

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