Hoje em dia muito se valoriza a estimulação intelectual das crianças através da inserção em atividades e cursos dirigidos, tornando suas rotinas cada vez mais rígidas e esquecendo que o primeiro e principal instrumento do desenvolvimento do bebê e da criança acontece através das brincadeiras.
Tudo o que acontece no mundo infantil é representado pelo que chamamos de atos simbólicos: simbolizar é quando a criança “faz-de-conta” que está vivendo uma situação e representa, através dela, como seriam suas atitudes.
A criança brinca de aprender, brinca de ser gente grande, ser a mãe ou o filhinho, a professora ou o aluno, aprende situações utilizando-se dos jogos de regras, que iniciam o aprendizado dos limites, da cooperação, da paciência e também de um dos mais difíceis aprendizados da vida: a perda. Saber perder, aceitar as frustrações e os erros que nos levaram à derrota são lições para sempre.
O meio de comunicação com o mundo da criança são as brincadeiras. É através da forma como a criança brinca, como ela interage com os brinquedos e com as regras das brincadeiras que entendemos como ela vê e se relaciona com o mundo e com as pessoas à sua volta.
Por este motivo, todos os profissionais que trabalham com crianças utilizam-se dos jogos e brinquedos, seja como uma via de acesso e conquista do vínculo de confiança seja como o principal instrumento de trabalho.
Isto não quer dizer que conversar com as crianças não seja possível e necessário. A verbalização de alguns assuntos é importante e ajuda a compreender melhor algumas situações.
Mas, muitas vezes, as crianças não conseguem ser claras em comunicar seus sentimentos porque não sabem ainda interpretá-los e se expressam melhor da forma como mais sabem: brincando.
Por estes mesmos motivos elas podem também adoecer quando algo está errado, por exemplo, uma febre sem explicação, queda no rendimento escolar, dores de barriga diante de situações novas ou difíceis de serem enfrentadas, entre outras reações.
Todos estes sinais devem ser observados e percebidos como um alerta para que se olhe com mais atenção para a criança e se verifique o que está se passando com ela para, se necessário, buscar ajuda especializada.
E mesmo diante de tanto desenvolvimento, tecnologia e informação não devemos esquecer: brincar é bom, necessário, natural e saudável.
Seu filho tem tempo para brincar?