Canto minha cidade
em prosa e verso.
Cidade tão parecida que foi,
com as que vi em livros de fadas…
Canto sua claridade de luar,
suas ruas de brinquedo.
Canto o jardim majestoso,
bosque verde-escuro, onde pássaros
beijavam as flores multicores.
Canto as ruas tão amadas –
A “Nhonhô”, a “Dr. Raul”, a “Jeremias”
– artérias regadas com o sangue vivo e forte
de monte-altenses que as fizeram belas…
Canto os casarões
que existiram
E que permanecem na lembrança…
Choro
ao lembrar-me dos Cinemas,
palcos de amores.
E do “Monte Alto Clube” que se foi
como numa enxurrada.
Olho o Shopping, “elefante branco”,
e lágrimas escorrem-me pelas faces.
Um dia partirei no trem
que a todos espera,
na última estação…
E se em meu rosto virem um sorriso,
é por estar encantada e acompanhada.
Não mais serei aquela que cantou
um dia, a história desta terra dourada,
agora esfarelada…
Em meu sorriso leiam
o que sempre escrevi e disse:
“Monte Alto, minha terra amada,
Reviva, mostre que seu sangue
é quente… ainda…