Em outras publicações eu havia comentado sobre a dualidade entre leitura e tecnologia, esta última voltada principalmente para as redes sociais. Aos poucos ela vem sendo desmascarada por pessoas que fazem o seu uso excessivo e sem sapiência nenhuma. Não dá para acreditar que em pleno século XXI e com tanto acesso à informação nossos jovens estão sendo persuadidos por um jogo que os leva a tirar a própria vida. Fico mais indignado ainda com a nomeação que deram ao polêmico e maléfico jogo: baleia azul. Este ser marinho que mostra toda a sua imponência e grandeza em seu habitat natural; o azul – cor do céu, da esperança que nos faz mover montanhas para alcançar o sucesso tão sonhado.
Como sugere o título deste artigo – Baleia azul, um eufemismo para a morte – é o jogo mais escrúpulo e ridículo que o ser humano aceitou em tanta facilidade às informações que temos hoje. A impossibilidade da minha visão sobre as pessoas que o aceitam, também tem um cunho de hipocrisia e a falta de educação familiar que há tanto tempo venho explanando. Os jovens aceitam ordens de um ser desconhecido, mas não conseguem arrumar a própria cama; autorretalham-se, mas se vitimizam por questões físicas banais; assistem aos filmes psicodélicos, mas reclamam que os filmes nacionais não prestam; acordam às 04h20 da manhã para subir no telhado mais alto que encontrarem, mas reclamam de acordar cedo para ir à escola, isto porque a cama é baixa e confortável; escutam as músicas enviadas pelos curadores do jogo, mas abominam a música popular brasileira; são capazes de ficarem doentes por mando do curador, mas não conseguem tratar e cuidar da doença dos pais; calam-se durante 24 horas, mas hesitam em conversar sobre problemas pessoais com pessoas da família; tiram a própria vida, mas não dão a vida para salvar uma. É tanta hipocrisia envolvida que se fossem listar os absurdos encarados pelos jovens para chegar ao ponto final, o título deste artigo seria “Geração de idiotas”.
Porém vou deixar alguns questionamentos: de quem é a culpa? Como é o controle dos pais em relação ao uso de celulares e computadores? Qual é o tempo que o jovem permanece nas redes sociais? Com quem ele tem falado durante o tempo que ele fica conectado? Infelizmente há muitos responsáveis que ao invés de dar o exemplo, acabam fazendo ao contrário. Já vi e ouvi muitos casos em que a mãe ou o pai não saem do celular. Chegar-se-á um dia que a falta de diálogo será tão escassa que os próprios filhos vão procurar no Google o significado do vocábulo. O triste, ainda que seja impossível, é de chegarmos a uma situação em que os filhos irão procurar educação digitando no Google “Como ser educado”, ou “Como substituir a educação dos pais”.