Domingos do “Bar do Mercado” e a maneira inédita de divulgar a política da cidade

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Durante anos tenho procurado escrever um pouco da história de Monte Alto e das pessoas que sua Gente traz. Hoje, a coluna conta parte da história de uma pessoa que escolheu Monte Alto para viver. Um comerciante, inovador na maneira de divulgar a política montealtense através de rótulos em bebidas.
Domingos Pascoal Alves, nasceu no dia 13/04/1941; filho de Caetano Alves (in menorian) e Emília Zampolo, irmão de Evandira Aparecida Alves. Casado com Neide Silveira tem uma filha, Rosineide Silveira Alves, e um neto, José Felipe Alves Buzeto.

EMPREGO – “Cheguei em Monte Alto no ano de 1972. Era um época de progresso, e embora o país vivenciasse uma ditadura, estava em crescimento. Quando minha filha era pequena, ela tinha um problema de saúde e o médico falou para eu procurar uma cidade mais calma, com uma melhor qualidade no clima. Naquele tempo, eu era vendedor e um dia, eu estava em um freguês, o João Infante, com quem comentei sobre a saúde da minha filha e ele então logo prontificou-se a me ajudar e me arrumou uma casa aqui em Monte Alto, e assim, nós nos mudamos para cá.
Viemos de Ribeirão Preto, que já era uma cidade grande nos anos 70. Como vendedor, eu trabalhava no Comércio de Bebidas Canelas e corria toda a região. A partir do ano 1975 eu comecei a trabalhar com o Roberto Haddad e sua esposa Carolina, no Comercial Nahfi, também como vendedor, mas de secos e molhados. Eu vendia em toda a região, ia de carro, tirava o pedido para os comerciantes e depois a empresa entregava”.

Uma empresa de Nome – “O Comercial Nahfi era muito forte na época, tinha nome na região toda. Minha área de atuação ia até Barretos e Aramina. Era só chegar no cliente, abrir o catálogo de produtos em cima do balcão e fazer o pedido. O pessoal gostava muito dos produtos, era uma empresa de credibilidade, todos a conheciam. Eu vendia bastante. Trabalhei com eles por seis anos”. Perguntado por este colunista se tinha convivido com senhor Naim, pai do Roberto, ele disse que pouco, mas o suficiente para ver que foi um homem muito trabalhador, muito importante na existência da empresa.

BOTEQUIM – “Depois que sai do Nahfi eu arrendei um bar na rua José Bianch e depois, fui para a Ananias de Carvalho; em seguida, para o bar do Kiniti, e depois vim para cá, onde estou até hoje. Aqui, na parte baixa do mercadão já estou há 35 anos.

1985 – “Quando me mudei para o Mercadão, essa região do bairro era abandonada, puro mato. Só que eu acreditei, apostei, e estou ate hoje aqui”.

PIONEIRISMO NA MANEIRA DE DIVULGAÇÃO – “Antigamente a juventude consumia mais bebidas destiladas, bebidas fortes, mas hoje, o consumo maior é de cerveja. Sempre mexi com o comércio de bebidas, esse sempre foi meu ramo. Em Ribeirão Preto eu também tinha um depósito de Pinga, patenteei e registrei três delas, que se chamavam Come Fogo, Riber Pinga e Eutoreiro. Eu comprava a granel, engarrafava no depósito e rotulava, depois, vendia na cidade”.

A divulgação Inédita – “Uma vez tive a ideia de ir a uma partida de futebol, o maior clássico da cidade, de renome Estadual, o famoso Come Fogo, jogo entre Comercial Futebol Clube, “Bafo”, como é conhecido e o Botafogo Futebol Clube, conhecido “Pantera”. Chamei um amigo e disse a ele: vamos lá no estádio que eu vou fazer a propaganda da marca “Come Fogo”. Foi uma coisa diferente, chegamos lá e estava lotado. Joguei os rótulos nas arquibancadas para o pessoal conhecer, o povo ficou curioso e aí, no dia seguinte, eu iniciei a venda da bebida que foi verdadeiro sucesso”.

RÓTULOS e Politica de Monte Alto – “Em 1982 eu tive a ideia de colocar os santinhos dos candidatos nas eleições nas garrafas de bebidas. Tenho todos da cidade, vários deles já vieram no meu bar para ver, inclusive o atual prefeito João Paulo Rodrigues e vários vereadores. Até hoje as pessoas que não sabem ficam admiradas. Teve candidato que veio aqui independente de ter ganhado ou não e pediu para mim a garrafa com sua foto no rótulo”.

O SONHO E A TUPINAMBÁ – Se eu fosse mais novo eu queria voltar a trabalhar em um depósito de bebidas, mas a idade já não me permite. Lembro-me com saudade da época em que tínhamos as bebidas Tupinambá, a marca representava muito a cidade, se fosse possível, eu gostaria que voltassem a ser fabricadas as bebidas que o povo adorava muito. Era conhecida tanto em Monte Alto como na região”.

MENSAGEM – “Jovens, olhem sempre para frente levem a vida a serio, com muito trabalho e vontade de vencer. A bebida foi fabricada para ser consumida, mas é preciso saber beber”.

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