LEVANTE
O Brasil nunca passou por uma revolução de fato, porque depois de colonizado, se tornou um Estado livre, mantendo a mesma mentalidade. O colono brasileiro cruzou suas ideias com o pensamento escravo e a cidadania passou a ser mais comprometida ainda. O cidadão de segunda classe passou a fazer parte do pensamento nacional, que nessa condição não via o país como terra própria, mas um território ocupado, senão pela posse de estranhos, mas culturalmente.
Nossa destruturização aconteceu porque o Brasil nunca teve proletariado. Os que pensavam como tal eram imigrantes que vieram para cá em busca de fortuna, a pátria continuava no país de origem. A classe patronal do Brasil logo notou que sem proletariado o país seria sempre submisso à burguesia e à aristocracia.
O sentimento proletariado nasce da família patriarcal, como o nome diz, proletário é aquele que constitui uma prole (entre 5 e dez filhos), que se destinam a servir, como os pais, os patrões de sempre, ou seja, os capitalistas, que em tese, nada pagam pelo trabalho, porque a produção industrial é consumida pelo assalariado, consumo este que zera o salário nominal. Enfim, uma vez dependente, sempre dependente, do salário e da sobrevivência. No capitalismo, o comércio e a indústria são os algozes (a prestação de serviços entra no nicho) e o proletário, agora apenas trabalhadores, são as vítimas consumistas, que nunca têm o controle sobre o que querem ou o que precisam, graças a uma máquina: a publicidade.
Na história do mundo, os proletários revolucionaram a política e o pensamento da aristocracia, com apenas a mostra numérica: cada família aristocrática tinha na composição 10 membros, o proletariado contava com cerca de 100 familiares. Uma revolução estava montada sem movimento político, o pensamento cultural era o bastante. Os muros dos palácios se tornaram inúteis, a urbanização tornou todos iguais quanto aos meios de defesa, porque os serviços essenciais de uma cidade são geridos pelo povo, cuja população aumentou graças à mentalidade. Com ou sem revolução, o povo pensa e o brasileiro começa a raciocinar: o governo somos nós!
DIGITAL
O telefone celular é um dos maiores perigos para a direção do automóvel. Mesmo desligado, ele é perigoso, por causa da ansiedade, porque quem leva o aparelho pronto para ser usado, fica o tempo todo ansioso, esperando quem vai ligar ou não, se liga provoca satisfação, se não liga vem a frustação. A estrada não sabe e o dito chifrudo está contente ou decepcionado, não perdoa a imprudência.
Nos casos de acidentes fatais, o celular até que ajuda a perícia, mostra com quem o infeliz estava falando no momento da colisão, enquanto o cérebro está apagado.
MÁXIMA
A velha expressão “roer a corda” tem origem duvidosa. Muitos dizem que se refere a animais presos, que para fugirem, roem a corda; outros dizem que a coisa era com os escravos. A terceira versão vem da Inglaterra, quando as cordas dos navios eram de cânhamo (maconha, para os íntimos). Os marinheiros que ficavam meio loucos na viagem eram aqueles que roíam a corda, a maconha pegava!
CARIOCA
No Rio de Janeiro, tida como a cidade mais bonita do mundo, os moradores dizem que Deus fez o mundo em sete dias, gastando dois deles para fazer a Baia da Guanabara.
GALESES
Historicamente Gales foi um território famoso que não permitia invasões de outros povos, inclusive os romanos foram rechaçados várias vezes. Quando a Inglaterra propôs anexar o país ao Reino Unido, onde permanece até hoje, o País de Gales não aceitou perder o nome e ainda exigiu que um membro da monarquia inglesa tivesse um título galês, teria ainda que ser o primeiro na linha de sucessão. Mais ainda: o escolhido não podia falar uma palavra sequer em inglês, seria educado na cultura galesa. A Inglaterra aceitou as condições e o meio encontrado par resolver a questão do idioma foi conceder o título de Príncipe de Gales a um recém-nascido, que obviamente não era capaz de falar inglês. Até agora deu certo: o atual Príncipe de Gales, também conhecido como Príncipe de Charles é o herdeiro do trono britânico (por enquanto espera a mãe morrer, a eterna Rainha Elizabeth II).
FRASE
Por que não te calas? (Rei Juan Carlos da Espanha para o falecido presidente da Venezuela, Hugo Chaves). Nas expressões espanholas as frases interrogativas se iniciam com o sinal invertido e com outro no final, o que é lógico, porque ao iniciar a oração fica implícito que ele é interrogação, dando-se ênfase à pergunta.
CALIGRAFIA
Nunca escrevi a lápis. No primeiro ano, quando era cabeça de pano, usava a velha caneta tinteiro (bico de pena), cujo tinteiro ficava encaixado na carteira, que a gente molhava a pena seca. Quando errava, fazia um risco mais grosso sobre o erro, caso o tal fosse muito, a tática era virar o tinteiro acidentalmente sobre a página inteira e começar tudo noutra folha nova. Quando veio a caneta tinteiro com a carga de tinta acoplada ficou melhor – lápis nada! Enfim, surgiu a revolucionária caneta esferográfica, inventada pelo Barão alemão Bic. Mesmo com a fina lapiseira, nunca ressuscitei o lápis morto.